Alagoas é o estado que possui o maior número de jovens ociosos do Brasil, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida dos Brasileiros, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012 revelam que 27,4% dos jovens alagoanos entre 15 e 29 anos não estudam e nem trabalham, enquanto que a média brasileira é de 19,6%.
O Estado é campeão em 'ociosidade' em todas as faixas etárias: de 15 a 17 anos (13,9%), 18 a 24 anos (35,2%) e 25 a 29 anos (27,6%). A pesquisa ainda mostra que 35,7% da população de 15 a 29 anos só trabalha, 11,6% trabalha e estuda e 25,3% só estuda.
Em relação à remuneração, 29,2% dos jovens desta mesma faixa etária recebem até meio salário mínimo, 42% têm vencimento de ½ a 1 salário mínimo completo, 21,3% recebem de 1 a 2 salários mínimos e apenas 6,8% recebem mais de 2 salários mínimos. Já em nível nacional, 18,2% dos jovens recebem mais de dois mínimos.
Mais de 70% são mulheres
Ainda de acordo com a pesquisa, um em cada cinco jovens brasileiros de 15 a 29 anos não trabalhava nem frequentava a escola em 2012, sendo que cerca de 70% eram mulheres.
O grupo, chamado de nem-nem, reúne 9,6 milhões de pessoas e era maior entre os jovens de 18 a 24 anos de idade (23,4%). No subgrupo de 15 a 17 anos, a proporção foi 9,4%.
Entre as mulheres nem-nem, 58,4% tinham pelo menos um filho. A proporção cresce com a idade: 30% das meninas com idade entre 15 e 17 anos, 51,6% entre 18 a 24 anos e 74,1% do grupo entre 25 e 29 anos.
Geração Canguru cresce para 24% no país
O número de adultos entre 25 a 34 anos de idade que moram com os pais, mas que trabalham, estudam ou exercem as duas das atividades, está crescendo no país. Também conhecida como Geração Canguru, a proporção do grupo passou de aproximadamente 20% para 24%, entre 2002 e 2012. Cerca de 60% deles eram homens.
O prolongamento da convivência familiar entre pais e filhos, segundo a coordenadora do estudo, pode ser motivado por várias questões, não só de natureza emocional, mas também financeira. “As pessoas estão adiando cada vez mais a saída de casa e o fenômeno acontece no mundo todo”, comentou a coordenadora da pesquisa Ana Lúcia Saboia. “No caso do Brasil, é preciso estudar melhor quais seriam os motivos”, destacou ela.