A prefeitura de Maceió gasta cerca de R$ 600 mil por mês com internações involuntárias de usuários de drogas, grupo de tratamento que cresce na capital alagoana. O coordenador do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Hugo Nogueira, reconheceu que o número de dependentes químicos é alto, mas frisa que é difícil levantar estatísticas.
O coordenador do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Hugo Nogueira, disse que serão abertas três unidades de tratamento de dependentes químicos em Maceió, o que reduzirá o ônus do município com o pagamento de clínicas particulares credenciadas, isso deve acontecer em médio prazo.
“Atualmente, somente com internações involuntárias, arcamos com o custo mensal é de R$ 600 mil. É um ônus pesado, sem falar que o tratamento é difícil e prolongado. Portanto, todos os segmentos da sociedade civil devem se unir em ações educativas de prevenção e combate às drogas. Assim reduziremos o número de doentes”.
“Encontramos o município com apenas um Centro de Atenção Psicossocial (CAP) AD 24 horas”, atenta Nogueira, acrescentando que a boa notícia é que a SMS está trabalhando para ampliar a capacidade de atendimento a esse segmento de público. Segundo ele, devem ser abertas três unidades de tratamento de dependentes químicos, o que vai reduzir o ônus do Município com o pagamento de clínicas particulares credenciadas pela prefeitura.
Ele reconhece que é difícil fazer estatística dos dependentes químicos, mas garante que a população é numerosa, e vem crescendo a cada dia, envolvendo pacientes de todas as idades, e de ambos os sexos.
“Encontramos o município com apenas um Centro de Atenção Psicossocial (CAP) AD 24 horas”, afirma o coorenador da SMS, acrescentando que a boa notícia é que a SMS trabalha para ampliar a capacidade de atendimento aos usuários de drogas.
As três novas unidades serão construídas no bairro da Jatiúca (CAPs AD III), no Feitosa (ambas do município) e uma terceira, no bairro do Jaraguá (unidade de acolhimento 24 horas, em cogestão com o Estado).
“Todas feitas com apoio do Ministério da Saúde e que darão maior suporte para o tratamento dos dependentes químicos na rede pública”, enfatiza Nogueira.
Parâmetro dos CAPS
Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, Álcool e Drogas (CAPS AD) e Infanto-juvenil (CAPSi). Os parâmetros populacionais para a implantação destes serviços são definidos da seguinte forma:
Municípios até 20.000 habitantes - rede básica com ações de saúde mental;
Municípios entre 20 a 70.000 habitantes - CAPS I e rede básica com ações de saúde mental;
Municípios com mais de 70.000 a 200.000 habitantes - CAPS II, CAPS AD e rede básica com ações de saúde mental;
Municípios com mais de 200.000 habitantes - CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPSi, e rede básica com ações de saúde mental e capacitação do SAMU.
Hugo Nogueira revela o custo com tratamento de cada paciente não é barato: em média, segundo ele, gasta-se R$ 4 mil. Hoje, boa parte dos pacientes fica em clínicas particulares credenciadas pela SMS porque não há capacidade de atendimento pelo município.
Segundo Nogueira, a equipe de profissionais da SMS detectou a existência de uma verba do Ministério da Saúde (MS) que estava disponível desde 2011, exclusivamente para a área de dependência química, e que seria devolvida este ano, por falta de projetos.
”Revertemos a situação e renegociamos o prazo. Com os recursos, estamos acelerando o processo das construções para vermos as novas unidades finalmente instaladas ’’, afirma o coordenador.
Hugo Nogueira ainda chamou a atenção para a união de esforços por parte de educadores, pais, lideranças comunitárias e entidades de classe no sentido de tentar evitar que jovens e adultos entrem no mundo das drogas. “O preço para se livrar do problema é caro, e os recursos poderiam ser utilizados em outras doenças crônicas”, argumenta.