A 25ª edição do Festival do Bagre programada para acontecer no final de novembros, foi adiado para o final do mês de dezembro, entre os dias 27 e 29. A mudança aconteceu após a determinação do juiz da Comarca de Pilar, Sandor Augusto, acatar o pedido do Ministério Públi Estadual pela suspensão de todas as festividades da cidade durante um período de trinta dias.
Na tarde dessa quinta-feira (21), o MPE ajuizou uma ação cautelar inominada, com pedido de liminar, para garantir que eventos como o Festival do Bagre e a Vaquejada de Pilar, já anunciados pela Prefeitura Municipal para os próximos dias, sejam adiados ou mesmo cancelados em virtude da falta de segurança na cidade.
Com a decisão pela suspensão das atividades festivas por trinta dias, a prefeitura da cidade já tem uma nova data para a realização do Festival do Bagre. O evento foi remarcado para os dias 27, 28 e 29 de dezembro.
“Vamos refazer toda programação, principalmente no que diz respeito à contratação de bandas. Por isso, a partir da próxima semana, toda comissão organizadora do evento vai se reunir, justamente para traçar um roteiro de trabalho, focado na busca de atrações que possam estar presentes neste período de final de ano em nossa cidade”, disse o prefeito Carlos Alberto Canuto, esperançoso de que tudo ocorra dentro da melhor maneira possível.
Titular da Promotoria de Justiça de Pilar, o promotor Jorge Dória destacou que a cidade de Pilar se transformou em uma das mais violentas do país e do mundo, pelo número de assassinatos que ocorreram nos últimos anos. Segundo Dória, foram 237 crimes de homicídios praticados entre 2004 a 2012 e mais de 50 só neste ano, sem que muitos dos autores dos crimes fossem identificados. O promotor também considera que a cidade se transformou em um grande centro de comércio de drogas, habitada por quadrilhas de traficantes que submete a população a diversos tipos de violência.
“As festas vão expor, ainda mais, as pessoas da cidade, já que os eventos serão realizados em locais públicos e abertos, durante a madrugada, e sem a segurança adequada. A considerar que a essência de tais eventos é apresentação de shows musicais com ingestão de bebidas alcoólicas, aglomeração de pessoas, comércio ilegal de drogas, e policiamento insuficiente, fácil presumir que novos atos de violência serão neles cometidos”, justifica o promotor Jorge Dória.
“A Justiça de Pilar atendeu ao pedido do Ministério Público Estadual por entender que, no contexto de todas as preocupações do quadro atual de segurança pública do Município, é importante evitar que novas tragédias ocorram”, disse o juiz Sandro Augusto. Após a suspensão imediata do evento, pela concessão de medida liminar, os realizadores dos eventos terão agora oportunidade de apresentar defesa antes da decisão final da Justiça.
