A safra 2013/2014 começou no setor sucroalcooleiro alagoano e, com ela, algumas polêmicas que envolvem a colheita da cana-de-açúcar voltam à tona. Poucos dias após a Justiça paulista determinar que o trabalhador do setor deve ser remunerado por hora e não por produtividade, entidades trabalhistas revelam que cortadores de cana em Alagoas colhem cinco vezes a média considerada ideal para a própria saúde e segurança na busca por maior remuneração.
Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag), a média ideal para o corte nas lavouras seria de quatro toneladas diárias, porém no período de safra os trabalhadores produzem aproximadamente 20 toneladas por dia.
O presidente da Fetag, Genivaldo Oliveira, diz que o assunto é polêmico e deve gerar inúmeras discussões antes de se tornar ação judicial, como ocorreu em São Paulo. Ele justifica afirmando que os cortadores preferem se submeter ao trabalho exaustivo e receber por produtividade, do que ter salário fixo.
Segundo Oliveira, muitos trabalhadores chegam até a declarar imposto de renda por conta da remuneração mais alta, em torno de R$ 2 mil.
“É um trabalho extremamente exaustivo. Muitos se afastam por conta de problemas de saúde, sobretudo com dores intensas na coluna. O trabalho é desumano demais e, por esta razão, estaremos nos reunindo na próxima segunda-feira com a direção da Federação, para posteriormente fazermos uma visita a estes trabalhadores, e saber a opinião de cada um a respeito do salário ser pago por produtividade ou fixo, por tempo de trabalho”, explicou Genivaldo Oliveira.
“Os trabalhadores preferem fazer o próprio horário. Agora vemos isto com uma grande preocupação, porque compromete a saúde. São muitos cortadores de cana doentes por conta do serviço exaustivo”, frisou.