A onda de violência que toma conta da cidade do Pilar, na região metropolitana de Maceió, fez o Ministério Público e a Justiça cobrarem um plano de segurança para o município. Para isso, está marcada uma reunião na próxima segunda-feira (11) para as 9h, no fórum da cidade. De acordo com a assessoria do MPE, o encontro foi convocado pelo promotor Jorge Dórea e pelo juiz Sandro Augusto Santos. O delegal-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, também deve participar da reunião.
“Sessenta assassinatos apenas entre os meses de junho e outubro de 2013 e 237 inquéritos de homicídios dos últimos seis anos, parados sem a autoria material ou intelectual, entre outros crimes de assaltos e mortes acontecendo à luz do dia e em praça pública”, diz parte do comunicado do MPE e Justiça em Alagoas.
“Num encontro anterior, que ocorreu no mês de julho, na sede do Ministério Público Estadual, envolvendo o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, eu, o magistrado daquele município e representantes dos órgãos ligados à Secretaria de Defesa Social, uma série de compromissos foram firmados pelas polícias. Entretanto, nada foi feito até agora. Em setembro, enviamos ofícios ao comandante da PM e ao delegado Paulo Cerqueira, pedindo o aumento de efetivo e agilidade na conclusão dos inquéritos. Nunca tivemos quaisquer respostas. Então, resolvemos marcar essa nova reunião para cobrar, novamente, providências. Pilar vive quase um estado de guerra e nós não podemos ser omissos e assistir a isso tudo de braços cruzados”, declarou o promotor de Justiça Jorge Dórea.
Segundo ele, ofícios também foram enviados ao Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), à Polícia Federal e à Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Nós pedimos para que a Força Nacional e a Polícia Federal também atuem no Pilar. Estamos precisando de mais policiamento nas ruas, de perícia técnica disponível e de novos agentes para a Polícia Civil. E queremos também que a Delegacia de Homicídios de Maceió passe a investigar os assassinatos que ocorrem aqui. Os crimes precisam ser esclarecidos com urgência para evitar que as provas desapareçam”, explicou o promotor.
Força-tarefa
O promotor Jorge Dórea e o juiz Sandro Augusto Santos também vão fazer um pedido às autoridades que participarem da reunião da próxima segunda-feira: uma força-tarefa para combater a violência em Pilar. “É preciso que aja a união de forças. Policiais militares nas ruas, agentes da Civil trabalhando na elucidação dos crimes, Ministério Público oferecendo as denúncias, quando assim ficarem provadas as autorias delitivas e a Justiça dando celeridade aos julgamentos. É esse tipo de força-tarefa que precisamos que seja estabelecido com urgência”, detalhou o magistrado.
MPE/AL e Judiciário também querem a instalação de uma base comunitária no município. “Já ficou comprovado que a base comunitária aproxima a polícia do cidadão comum. Se esse projeto dá certo, por que, então, não levá-lo ao Pilar? Estamos precisando da presença das polícias na cidade. A população anda amedrontada e temos que levar paz à ela”, argumentou Jorge Dórea.
Prefeito
Em comunicado deste sábado (9), o prefeito de Pilar, Carlos Alberto Canuto, cobrou providências do governo do Estado e solicitou ao governo federal inclusão do município no Programa Mais Seguro, e a presença da Força Nacional patrulhando a cidade.