Maceió é a terceira capital do país com maior percentual de hipertensos, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados ontem. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel 2012, 26,7% dos maceioenses sofrem da doença, a maioria deles, mulheres.
Como forma de combate e prevenção da hipertensão no país, o Ministério da Saúde firmou ontem com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) a quarta etapa do projeto de redução do teor de sódio nos industrializados. A meta é que até 2020 sejam retiradas da mesa dos brasileiros 28 mil toneladas de sódio. Desde 2011, os órgãos avaliam que pelo menos 11,3 toneladas da substância foram evitadas em algumas categorias de alimentos industrializados.
Na nova lista entraram produtos das seções de laticínios – requeijão cremoso e queijo muçarela; sopas – instantâneas e prontas para consumo e para cozimento; e embutidos, como empanados, hambúrgueres, linguiças, salsichas, mortadelas e presuntaria. Para a dona de casa Maria das Graças, 50, diagnosticada com hipertensão há seis meses, ampliar o leque de alimentos que terão a quantidade de sódio reduzida foi uma medida maravilhosa. Ela revela que teve de modificar a alimentação para evitar complicações decorrentes da doença.
“Descobri a doença depois de uma tontura que tive. Junto, descobri também o diabetes. O vilão da minha saúde e da dos meus filhos é esse aqui”, disse a mulher apontando para as embalagens de macarrão instantâneo no supermercado. “A decisão [de reduzir a quantidade de sódio] foi maravilhosa, porque tem muita gente, como eu mesma, que gosta do miojo, mas não sabe o mal que ele pode fazer. Vem muito sal no tempero, por isso eu só ponho a metade dele”, disse.
Já a dona de casa Lúcia Amorim alega que compra, mas evita produtos industrializados. Segundo ela, até em casa, quando prepara o alimento, evita excessos, pensando nas possíveis consequências futuras.
“No caso desses produtos [laticínios, sopas e embutidos], eu compro mais porque meu filho gosta, mas eu maneiro e tento oferecer mais verduras e frutas. Em casa, também tomo cuidado no modo de preparo da comida, costumo usar pouco sal e açúcar. Também não deixo de ir ao médico, tanto é que na minha última consulta, ele até disse que o meu colesterol está melhor que o dele”, orgulhou-se.
De acordo com Daniela Ramos, gerente de condições crônicas da Diretoria de Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde, há uma tendência de aumento do número de pessoas com hipertensão, mas no estado o índice de internações diminuiu. “A realidade nacional tem a tendência crescente, apesar de que está havendo um controle maior da doença, que envolve vários fatores de risco, como hereditariedade, idade, a questão da vida sedentária, da alimentação não saudável, álcool, tabagismo, estresse”, explicou.