7 de nov. de 2013

IBGE aponta que mais de 130 mil alagoanos residem em favelas

Em Alagoas, 130.428 pessoas residem em favelas, localizadas às margens de córregos, rios, lagoas, ferrovias, rodovias ou próximas a lixões ou aterros. Em Maceió, são 114.659 pessoas com domicílios concentrados em favelas, grotas, áreas invadidas ou outros aglomerados subnormais, o que representa 11,5% da população da capital. 

Os dados fazem parte de uma nova pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ontem. De acordo com o estudo, baseado em dados do Censo 2010, um total de 32.359 domicílios está concentrado em favelas de Maceió. 

A desempregada Eliane Gomes da Silva, de 49 anos, é uma das milhares de pessoas que vivem em favelas da capital por não terem condições de arcar com despesas como aluguel. Ela mora com a família em um barraco, na Sururu de Capote, no Dique Estrada, parte baixa de Maceió.

Eliane conta que há pouco mais de seis anos morava na cidade de Marechal Deodoro, mas mudou para a capital na tentativa de melhorar de vida e conseguir um emprego. “Cheguei a Maceió com minha filha pequena e logo vi que seria difícil conseguir deixá-la em algum lugar para ir trabalhar. Hoje ela tem 14 anos e é mãe, deixou de estudar para cuidar do meu neto e nós sobrevivemos do programa Bolsa Família e de lavados de roupa. Quando dá, despinico sururu”, revelou.

A mulher também ressaltou que teve dificuldades em encontrar emprego pela falta de capacitação e de formação escolar. “Fiz até a quarta série e o pessoal exige escolaridade em muitas áreas. Ficou mais difícil ainda, porque estudar a esta altura não dava mais”, observou. Segundo a pesquisa do IBGE, nas favelas do Nordeste, apenas 1,7% da população tem curso superior. No Brasil, a média é de 1,6%.

A situação de dona Maria Cleonice dos Santos, de 41 anos, não é diferente da vizinha, Eliane. Ela diz que é analfabeta e, por isso, nunca foi fácil encontrar emprego. “Meu filho tem 24 anos e há 12 moramos no barraco. A vida é de miséria. Gostaríamos muito de morar em um local digno, mas infelizmente não temos dinheiro”, desabafou.

A pesquisa ‘aglomerados subnormais’, divulgada pelo IBGE apontou também que Maceió está em primeiro lugar entre as capitais com mais moradores de favelas que trabalham, mas não têm carteira assinada: são 33,9%. Em seguida, vem Macapá com 33,6%, e João Pessoa com 33,5%. O último lugar fica com Florianópolis, com 8,9% dos trabalhadores sem carteira.Outro dado da pesquisa é que, em Alagoas, a maioria das pessoas só tem acesso aos aglomerados subnormais a pé ou de bicicleta: 57%.


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