O setor produtivo energético em Alagoas viu sua estrutura mudar positivamente nos últimos seis anos e meio, uma vez que diversas medidas foram adotadas com o intuito de estabelecer critérios de potencialidade no segmento. Alagoas recebe investimentos na ordem de R$ 600 milhões, de duas unidades fabris, que trazem para o Estado o que há de mais avançado na obtenção de energia por meio de métodos renováveis.
A GranBio será a primeira fábrica de etanol de segunda geração do hemisfério Sul e a Ben Bioenergia vai tornar eficiente as indústrias de açúcar e álcool do Estado para produção de mais energia elétrica. As duas instalações prometem fornecer alternativas ao setor produtivo local, por meio de seu aprimoramento tecnológico.
Nesta semana, a GranBio obteve da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a licença para a construção de sua fábrica no município de São Miguel dos Campos. Com investimentos de R$ 400 milhões, a empresa vai trabalhar com resíduos de cana-de-açúcar captados de usinas locais e terá capacidade de produção nominal de 82 milhões de litros de etanol e geração de 160 empregos.
Já a Ben Bioenergia será sediada em Teotônio Vilela e vai operar na cogeração de energia elétrica através de biomassa, proveniente da cana. “Esses dois empreendimentos vão revolucionar o setor sucroalcooleiro do Estado. Temos alternativas enriquecedoras para esse segmento, que eleva Alagoas a outros níveis”, destacou o secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes.
Reestruturação – Em meados de 2007, o Conselho Estadual de Política Energética (Cepe) foi reativado com o objetivo de reunir representações importantes do segmento em Alagoas, e gerar discussões em relação aos serviços prestados pelas distribuidoras locais e da política energética estabelecida pelo governo federal. A partir dele, foi retomada a elaboração do Balanço Energético do Estado (Beal), publicação que não era feita há 20 anos, que é responsável por demonstrar a potencialidade em fontes alternativas de energia na região.
Com o Beal é possível ter em mãos informações preciosas como o que o Estado produz e o que exporta. Além disso, Alagoas conta com volumes de atlas específicos, capazes de diagnosticar anualmente o cenário local. Por meio dessas análises, é possível confirmar que, nos últimos anos, o fomento ao desenvolvimento de formas alternativas de energia democratizou o segmento como um todo.
Os Atlas são auxiliares que tratam de temas específicos, como energia eólica, solar, biomassa, entre outros. No Atlas de energia eólica, por exemplo, é possível verificar qual região de Alagoas tem melhores ventos, para que o investidor saiba onde ele poderia focar seus esforços. Segundo o secretário adjunto de Energia e Recursos Minerais da Seplande, Jackson Pacheco, foi com essas percepções que estudos na área começaram a ser feitos em Alagoas.
Energia Solar - Segundo informações do Atlas sobre energia solar no Estado, o Sertão é a área mais atrativa de todo o território alagoano. Com potencial para a geração de mais de 5,5 KW/H por m², Alagoas contará com uma empresa voltada para esse segmento. A Pure Energy investirá mais de R$ 37 milhões, com a geração inicial de 72 empregos diretos e visa um novo conceito de microgeração de energia.
A empresa vai montar um projeto-piloto de módulos fotovoltaicos em Marechal Deodoro. Esses módulos são responsáveis por captar a luz do sol e a converter em energia. “Aqui temos irradiação solar satisfatória e temperatura moderada, o que configura um ambiente propício para a implantação desse tipo de geração. Esses fatores tornam as placas mais eficientes, barateando os custos para o consumidor”, explica Jackson Pacheco.
A geração de biomassa por meio de biodigestores também está entre as diretrizes trabalhadas pelo Estado. Uma parceria entre o Governo, o Sebrae/AL e a empresa EDS será responsável por disseminar o uso de energia renovável e eficiência energética em micro e pequenas empresas e cadeias produtivas de alimento da mandioca e de laticínios.
A medida será implantada em 400 casas de farinha e mais de 100 laticínios e vai utilizar resíduos desses segmentos - alguns deles nocivos à saúde de animais e do homem - para gerar energia em biodigestores. Além dessa transformação, a ação vai promover economia entre esses estabelecimentos, que vão diminuir a queima de lenha para obtenção de energia, o que por consequência diminui o desmatamento da caatinga.
Essas são algumas das medidas que ao longo dos últimos anos resultaram em projetos positivos para o Estado. O setor vem demonstrando potencialidades e demandas pontuais para o seu desenvolvimento, o que comprova a eficácia da atuação do Estado e seus parceiros. “Alagoas é privilegiado no que diz respeito à sua questão energética e, nesse governo, avançamos. Interagimos com a sociedade, com o setor produtivo, e o cenário fala por si só. Os próximos anos serão essenciais para o fomento incisivo dessas atividades”, concluiu o secretário Luiz Otavio Gomes.
